sábado, 31 de julho de 2010

Sobre essa tal de saudade...

                                                                                               
Sempre fui daquelas mais apegadas. O tipo que não pode passar muito tempo com alguém que já começa a abraçar e conversar como se conhecesse há décadas. Com objetos então, tenho a terrível mania de querer guardar tudo- cartas, fotos, momentos- tudo para um dia poder lembrar. E foi justo por essa mania que eu conheci Ela. Não foi proposital, eu sei, mas por acaso também não foi. Ela chegou de mansinho, como quem não quer nada, e aos poucos foi arrancando minhas lágrimas, remexendo sem permissão no meu arquivo de memórias, apertando meu coração com as mãos e deixando-me confusa, sem saber se aquilo era tristeza ou felicidade.
E então veio alguém e me disse "Ah, isso é saudade". Era Ela! A tal que me deixava naquele estado, como se nada mais houvesse no mundo enquanto eu sentia aquela dor. Foi difícil me convencer que não era tão ruim assim, bom, pelo menos era passageira- bastava lembrar do que eu estivesse fazendo ou do que ainda tinha pra fazer, que ela saía tão discreta quanto entrara.
No entanto, nossos encontros tornaram-se mais frequentes, cada vez por um motivo diferente. Quando eu conhecia alguém, lá aparecia ela um tempo depois pra me perseguir. Se eu parasse pra pensar alguns momentos, ela vinha me dar um "oi" como se fôssemos grandes amigas.
O tempo me ensinou a lidar com ela, perceber como eu podia controlá-la( apesar de nem sempre dar certo), e simplesmente esquecê-la às vezes, afinal só se pode compreender a vida olhando-se para trás, mas é necessário olhar pra frente para vivê-la.
Minha mania eu não larguei, meus arquivos crescem cada vez mais, e de vez em quando minha "companheira" aparece- trazendo meu coração pra boca, colocando um nó na garganta, me levando da realidade para o mundo da nostalgia- alguns minutos só, pra lembrar das coisas boas da vida! É, a saudade dói, mas precisa ser sentida, afinal ela é a única forma de sabermos se o passado realmente valeu a pena.

2 comentários:

  1. Alana! Adoreeei teus textos! Verdadeiras expressões da alma... Continua, não desiste nunca! Quem sabe daqui a alguns anos não to com lendo um livro teu :) beeeijos, sucesso!

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