sábado, 13 de agosto de 2011

Adeus de você

Minhas vontades me revoltam sim. Completamente. Essa coisa incessante que vem junto com os minutos fazendo o possível pra me convencer que "eu preciso de você". Mas eu não quero precisar, não quero mais isso. Eu quero usar o botão do "basta", assim como você deve ter usado o "esc" todas as vezes que falou comigo. Eu quero saber como é esse troço aí que todo mundo me diz, esse tal de amor-próprio...não sei se ele vai gostar de mim, mas eu preciso gostar dele. Dia desses disseram que só vou me desvencilhar de você quando tiver outro. Então, onde eu encontro esse amor-próprio aí? Prometo que com ele vou ser diferente, não vou correr tanto atrás, não vou me entregar totalmente, e ele vai me ajudar a te esquecer. Ele vai tirar de mim essa vontade de te ligar, de ouvir tua voz, de ver teu nome no meu celular. Ele vai conseguir, eu sei que vai. Porque sozinha eu não consigo não. Eu sou fraca. Fraca o suficiente pra dizer isso até...
Eu quero tomar um porre, é sério...mas eu nem bebo então como faz? Como é que eu crio coragem de beber e ficar porre se nem coragem de não te procurar eu tenho? Me diz, você que tem as respostas pra tudo, que é sempre tão sábio, me diz como eu faço? Eu só quero te esquecer pelo menos por algumas horas, quero pensar um pouco em mim. Nos meus projetos, no teatro, na minha música, nos meus escritos. Eu quero te tirar daqui, da cabeça...porque do coração eu sei que não tem jeito, você se prendeu numa parede de chumbo dentro dele. 
Mas me ajuda, por favor. Eu sei que é irônico pedir ajuda logo pra você, mas é que sozinha não tá dando, eu não consigo mesmo... e ninguém mais me aguenta reclamando, ninguém mais quer ouvir teu nome vindo da minha boca, e por isso ninguém vai me ajudar.
Então, pela última vez eu te peço, prometo que depois não peço mais nada, eu te deixo em paz..mas agora me dá tua mão e me leva pro caminho longe de ti, por favor. Me ajuda a curar essa doença que roubou teu nome. Eu já sofri demais.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"Vai sem duvidar, mas se ainda faz sentido vem..."

você pode ir na janela

Quem sabe um dia toda essa verdade de hoje, esteja estampada em cartas. Não me espantaria. Meu mundo sempre foram as palavras, jogadas num papel pela primeira caneta que via na frente. As minhas confissões, e tudo que eu tive medo de fazer ou dizer, o papel entendia, ele sempre entende. Não há amigo melhor que o papel.
E daqui a pouco você se vai. Vai pra não sei quando, e pra um "onde" que nem importa, já que tão longe de mim não poderá ser mais nada.
Mas eu confio nas cartas, acredito que elas existirão e persistirão. Acredito que elas terão toda força que nós não tivemos. Nós trocaremos cartas semanalmente. Falaremos do clima nas nossas cidades do momento; do que comemos de diferente, se foi bom ou ruim; das músicas e bandas novas que descobrimos, afinal sempre compartilhamos essa coisa de música não é? Sempre gostamos dos mesmos gostos. Parece estranho dizer assim, mas é a verdade... Nossos gostos sempre foram iguais, em tudo, ou quase tudo. Falaremos da chuva, uma das nossas paixões comuns, e eu te direi que aqui ela continua vindo de surpresa, às vezes fazendo "casamento de espanhol" com o sol. Já você pode dizer que nem sempre chove por aí ou lá, não se sabe, mas nunca vai chover como aqui, e dirá o quanto sente falta dessa inconstância do tempo.
 Você falará do seu eterno projeto da banda, que encontrou ou não um baterista, e eu como sempre, te darei os parabéns e o maior apoio; falaremos das nossas novas decisões, e perguntaremos a opinião do outro sobre cada uma delas, sempre foi importante pra nós; você não falará das mulheres, mas eu com certeza perguntarei tentando aparentar o mínimo de ciúme, mas você perceberá e lerá com risos a minha pergunta, pensando se diz que continua o mesmo "galanteador" de sempre, ou não. Eu falarei do meu possível namoro- que nunca será real, tenha certeza disso- mas sentirei necessidade de falar sobre isso, sonhando que tenha um reflexo em você, assim como as suas mulheres tem em mim.
Eu direi do meu livro publicado, da minha peça em cartaz, das minhas turmas de alunos e de como ando cansada do trabalho, mas feliz. E você? Ah, você demonstrará o orgulho que tem de ser meu "amigo" e de ter compartilhado desses sonhos comigo antes que eu os realizasse. Eu vou chorar ao ler isso, sei que vou. E ainda terei a ousadia de responder-lhe dizendo que continuo a mesma chorona por besteiras.
Vou imaginá-lo sorrindo a cada leitura, preocupando-se em olhar a caixa de correio toda segunda-feira pra aventurar-se nas minhas palavras mais uma vez. Vou imaginar também você às 23h00min, quando seu irmão já estiver dormido, sentado na escrivaninha com um abajur para me responder, e pensando em cada palavra, em cada detalhe, fazendo tudo pra não me magoar, sabendo do grande amor que ainda existirá em mim.
Nós falaremos das coisas que permanecem iguais. Do seu cabelo cortado, porque grande dava trabalho demais; das minhas mensagens de bom dia, que provavelmente terão se tornado emails; da sua chatice pra comer e como isso atrapalhou você no início; da minha mania de sempre desviar o olhar quando sentia que transparecia algo; do seu sotaque, que terá mudado infelizmente; dos meus óculos, que você sempre disse que me deixavam mais bonita, mas agora eu não usaria mais; da sua barba, que eu sempre gostei; do seu jeito único de dizer "eeee" e como isso me fazia rir; do ‘do-in’ que eu fazia na sua mão e você insistia em chamar de massagem, e no quanto você adorava isso; do seu ponto fraco, que continuará sendo o cabelo, e que provavelmente não terá mais ninguém com a mesma paciência que eu de passar horas acariciando; da minha mania de ouvir todo mundo e cuidar das pessoas, deixando meus problemas de lado.
Falaremos em todas as cartas, pelo menos duas linhas, sobre O Teatro Mágico, que nesse momento já estará dividido em várias bandas independentes, e você com certeza já tocara muito com o Galldino. Mas falaremos dos tempos em que ficávamos assistindo os DVDs e cantarolando inevitavelmente as músicas.
Repetirei muitas vezes também, como era bom ver você de repente pegar o violão e tirar alguma música, fosse de quem fosse, o importante era ver o quanto seus olhos brilhavam enquanto fazia isso, e como você se libertava naquele violão.
E eu te perguntarei do seu remédio, como sempre, agora sem mais ter a melhor amiga pra dizer se estás loiro de novo, mas algo dentro de mim me dirá se estás ou não, porque no fundo, eu te conheço.
Diremos de muitas coisas, como você pode ver, e faremos muita questão de terminar todas as cartas do mesmo jeito, tanto eu quanto você: “Se cuida, que Deus te proteja. Sinto muita saudade. E, eu amo você. Muito, e de verdade.”
Mas cada um sentirá de forma diferente, como sempre. Eu continuarei sabendo que você está feliz e seguindo a sua vida, enquanto eu existo no mundo, vivo, sorrio, me alegro, conquisto, encontro e desencontro pessoas, mas o sentimento continua sobrevivendo em mim, quando deito, quando paro sozinha em algum canto e tenho algum momento pra pensar em algo que não seja o trabalho ou a felicidade das pessoas.
Não sei se vai doer tanto quanto hoje, tanto quanto doeu enquanto você estava por perto. Eu sei que continuarei sem entender exatamente o que você sentiu ou sente por mim, eu sei que vou criar todas as imagens possíveis na minha mente de como você reagirá com cada palavra minha. Sim, eu não perderei a mania de fantasiar, de sonhar. Você ainda me chamará de Ismália, eu ainda te chamarei de Filho do Tempo, de Anjo mais Velho, nós ainda faremos nossas poesias e trocadilhos carinhosos um com o outro. Mas eu serei sempre a sua amiga, e você será sempre o meu grande amor.
Assim nós existimos. Pois assim como o verbo amar, o verbo existir também tem a mesma conjugação no pretérito e no presente em se tratando de “nós”, provando que somos ciclo, que nunca finda, somos contínuos, constantes e para sempre, até quando o sempre puder ser chamado assim.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu tenta me convencer diariamente que vamos nos encontrar. Seja onde for, quando for etc e tal...mas nos encontraremos. E o que mais tenho pensado é: será?. Até que ponto meu maior escritor, ídolo e inspirador, o homem que sabe me descrever como ninguém, está certo? Porque eu te vejo tão distante, embora seja parte dessa personalidade inconstante com a qual já me acostumei. Mas você não sabe como machuca. Como me torturam esses seus sumiços. Eu sei, não deveria esperar nada, nem que você se preocupe com a minha dor, nem que você mande mensagens todos os dias só pra saber como estou, nem que você sonhe comigo, nem que espere ansiosamente o dia que me verá. Mas eu espero. Confiro de minutos em minutos a tela do celular, e procuro em cada cantinho se encontro seu nome; torço com os dedos cruzados que de repente você tenha um estalo imaginando que não estou bem pra que finalmente eu sinta uma reação sua. Alguém me pergunta se vale a pena, e o que eu digo? Não sei. Em se tratando de você eu raramente sei de algo, raramente encontro certezas. Tão complicado e difícil de entender. Esse é você pra mim. Sempre uma surpresa, um projeto novo, uma decisão, uma alteridade que me confunde na maioria das vezes. Me perco nos seus sonhos, os quais torno meus também, porque eu preciso me convencer de que "tudo que é seu é meu".
Minhas fantasias andam pedindo socorro. Andam gritando dentro de mim um "CHEGA". Elas cansam, assim como meus pés e minha cabeça. Mas eu nao canso, invisto até a última gota no que projetei pra nós dois, mesmo que você se junte ao Caio Fernando Abreu pra me convencer de que nunca se realizará.
E então, cada dia, eu me seguro na ideia de que nos reencontraremos, já que perdidos sempre estivemos. Mas um dia, não se sabe qual, nem onde, nem como, eu te encontrarei, e quem sabe dessa vez seja amor, amor concretizado, sem mentiras, ilusões. Sem as minhas terríveis e cansativas fantasias.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

25 verdades sobre mim.

1. Sou chorona
2. Sou muito carinhosa
3. Meu sobrenome é insegurança
4. Só digo "eu te amo" quando isso é realmente verdade.
5. Amo a Lua.
6. Adoro pessoas que me fazem rir
7. Tenho medo de perder as pessoas
8. Não sou engraçada (embora tente e fracasse)
9. Adoro chuva.
10. Sou ciumenta
11. Me apaixono rápido
12. Adoro dizer o que sinto
13. Adoro dar presentes
14. Gosto de ser surpreendida
15. Não vivo sem: teatro, música, poesia, circo...arte em geral.
16. Sou muito crítica comigo mesma
17. Ajo por impulso, quase sempre
18. Sonho com uma festa surpresa
19. Sonho que alguém componha uma música pra mim
20. Sou inconstante
21. Sou indecisa
22. Faço o possível pra não sentir inveja
23. Gosto de ficar só, às vezes
24. Tenho asas imaginárias que me levam a lugares inimagináveis
25. Não tenho medo de amar, incondicionalmente.
E de repente, como que naquele súbito momento em que você fecha os olhos tentando se convencer que é só um pesadelo...tudo se perde. As palavras, a esperança contida naquele frasco de você mesma, as canções, os sorrisos. Perdem-se também os planos...as tardes deitados no sofá falando das inutilidades como os piores problemas que a humanidade deles possui, as manhãs em que um torna-se o café do outro, as noites em que as estrelas são recortadas para que a escuridão seja cenário daquela convenção que eles se recusam a chamar de amor... sim, todos os planos também se perdem. Mas a pior das perdas, a mais lamentosa, a que vai deixar aquele vazio por completo, aquele "sem-razão"...são os abraços. Como que parte essencial e única, como o gênese daqueles dias, os abraços eram a linha que mantia o equilibrio de tudo. Foi como se naqueles minutos em que os olhos permaneceram fechados, todos os abraços passaram como um filme, cada um revelando um momento, um dia, uma data específica, um discurso que apenas uma das mentes se lembraria mais tarde. Mas sim, tudo se perde... e uma história vai rolando pelo corpo dentro daquela gota de lágrima, daquele que poderia ser mais um pedaço do mar, mas tornou-se um pedaço de gente, um pedaço de amor.