Ninguém sabe me olhar como ele...matreiro, discreto, sem aquelas cantadas idiotas e tão clichês. É como se ele adivinhasse o que me ocorre por dentro, ele me invade o corpo até alcançar a alma, e no caminho usa minha mente como se fosse um brinquedo. Ele me bebe e me embebeda, me afoga no meio das suas palavras. Me traz paz e euforia, me move mesmo parado, e quando eu menos espero ele grita "Vem! Me pega! Me lê! Me sonha!" . Aí eu levo ele pra cama e faço ele viver a melhor das vidas. Aquela em que lágrimas transformam-se em risos e que só a presença não supre o desejo. Ele me completa enquanto eu o preencho. E na nossa sincronia ele sente o pulsar do meu coração que diz "não termina, por favor". Mas ele acaba, nos últimos suspiros de suas palavras, ele me dá o mais triste adeus, com uma certeza de que não vou deixá-lo, não vou perdê-lo para outro(a) amante qualquer de romances. Ele será sempre meu! Sempre na minha cabeceira, a espera do meu olhar, do meu convite, de que eu me entregue.
Depois as pessoas não entendem porque eu gosto tanto de livros.
"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida." (Clarice Lispector)
quarta-feira, 27 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Tempo nosso Tempo
Do tempo, fez-se a distância
E da distância, fez-se a vontade
E da vontade, surgiu um segredo
E mesmo tão longe, nasceu a proximidade
Soou um "nada é tão longe"
Com um eco tão forte que me tocou...
De repente, o toque tornou real
E na realidade fez-se o encontro
No encontro, deu-se o olhar
E do olhar veio o carinho, o abraço e a canção
E nas notas do teu violão
Senti meu corpo ressoar...
Mas a música passou tão rápido
E levou consigo aquela tarde
E daí surgiu a ausência
Essa ausência tão presente
Assimilada, encoberta, incoerente
Que me mantém ainda assim tão próxima
Do poeta que um dia me fez contente.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Eu andava trançando as pernas como um bêbado inconsequente, sem sequer uma gota de álcool. Era culpa daquela dor, daquela coisa que me dilacerava a mente e o coração, tão indecifrável quanto os efeitos que causava. E de repente, ao tropeçar em você eu entendi...era dor de amor o que me embriagava...
domingo, 3 de abril de 2011
A parte que se foi
Meu corpo perdeu a essência, perdeu o gosto, perdeu o sentido. Evaporou envolto por sentimentos flutuantes. Deixou-se levar por aquela agonia típica que se sente quando o coração acelera na presença de alguém. Meu corpo entregou-se. Parou de sentir dor, parou de respirar. A única coisa que restou foi meu coração, dilacerado, jogado às traças sem corpo algum que o segurasse. Ouvi alguém dizer que isso era sintoma de amor...mas quem é esse tal de amor? Quem é ele que não aparece pra mim? Só leva meu corpo consigo, e juntos, ficamos assim...vazios individualmente, mas completos um do outro!
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