quarta-feira, 27 de abril de 2011

Na cabeceira

Ninguém sabe me olhar como ele...matreiro, discreto, sem aquelas cantadas idiotas e tão clichês. É como se ele adivinhasse o que me ocorre por dentro, ele me invade o corpo até alcançar a alma, e no caminho usa minha mente como se fosse um brinquedo. Ele me bebe e me embebeda, me afoga no meio das suas palavras. Me traz paz e euforia, me move mesmo parado, e quando eu menos espero ele grita "Vem! Me pega! Me lê! Me sonha!" . Aí eu levo ele pra cama e faço ele viver a melhor das vidas. Aquela em que lágrimas transformam-se em risos e que só a presença não supre o desejo. Ele me completa enquanto eu o preencho. E na nossa sincronia ele sente o pulsar do meu coração que diz "não termina, por favor". Mas ele acaba, nos últimos suspiros de suas palavras, ele me dá o mais triste adeus, com uma certeza de que não vou deixá-lo, não vou perdê-lo para outro(a) amante qualquer de romances. Ele será sempre meu! Sempre na minha cabeceira, a espera do meu olhar, do meu convite, de que eu me entregue.
Depois as pessoas não entendem porque eu gosto tanto de livros.

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