terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sina



Memória é aquele negócio estranho que guarda um monte de fotos em movimento na tua cabeça, pra um dia, do nada, passar uma por uma em velocidade máxima, como se fosse um filme insuportável de vida antiga.
Eu sempre acho que comigo, esse troço de esquecer não funciona.
Sou eu que ainda ando seguindo os mesmos rastros falsos que pintam e bordam os meus dias. E essa vida, como tecelã que é, me reconstitui nos minutos seguintes do último afago, do último "adeus" que sempre traz um novo alô, os minutos do boa noite sussurrado, do vento gélido secando a lágrima que parada ali estava no meio do rosto, do último e mais dolorido "eu te amo" escorrendo pelos fios daquela conexão. Pela última vez, me perdi dos rastros. E esta última vez se repete todos os dias.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Pra assimilar a ausência

                                                            
E, apesar de tudo, ainda consigo te olhar e sentir a mesma admiração dos primeiros dias. Ainda abro um sorriso cada vez que encontro teu talento espalhado em algum lugar ou algumas pessoas. Ainda penso "meu Deus, ele existe mesmo?" cada vez que percebo o quanto, no fundo, tens um coração enorme...
Sei que, se eu deixasse isso tudo escapar destes meus lábios secos pela falta dos teus, todos me julgariam a mais idiota, a perdida, a que não tem jeito mesmo. Mas alguém me perguntou se eu quero ter jeito? Alguém quis saber se eu quero mesmo ser esse modelo de garota que não procura, que finge não sentir falta, que seixa de lado seus maiores desejos por orgulho? Não... a minha opinião não conta...
Então eu sigo assim, te guardo como meu mistério particular, como meu- agora -maior segredo. Te guardo numa caixinha dentro do guarda roupa, pra sempre que puder eu te olhar por alguns minutos, sim, só olhar mesmo, porque tens esse teu "algo" tão belo e único que dá até pena de tocar, mesmo que isso realmente nem fosse possível. Mas eu, daqui, da minha poltrona mental, te imagino como meu filme favorito, passando a minha frente sempre que eu puder parar pra me dedicar só a te assistir. E não consigo sequer sentir ciúmes quando vejo que tantos outros te guardam em caixinhas também... aliás, isso me faz te amar mais ainda, ao ver o quanto marcas a vida de todos por onde passas, o quanto te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas. E mesmo com essa distância absurda entre nós, continuo no mesmo lugar esperando a tua volta, meu Pequeno Príncipe...







sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Narrativa

Essa minha mania incontrolável de colocar vírgulas onde deveria haver um ponto, mas é que sempre apronto um presente que não quer virar passado, um ponto que, por não saber ser final, chama seus amigos e vira reticências, trazendo mais adiante algum resquício do que foi dito, pensado, trocado... e sempre acho que falta algo,que as coisas precisam de uma continuidade pra serem sempre o que são, não sei lidar com finais.
Deve ser por isso que prefiro acreditar que te tornaste um parágrafo, que no breve espaço de uma linha rabiscada no mesmo papel em que musicaste a minha vida, tu trarás novas histórias, continuando aquela que deixamos pela metade, apenas com a introdução...
Saudade, quando permanece viva, não leva a nada. Só à inútil vontade de fazer o tempo voltar atrás. É, meu bem, o tempo não volta e saudade boa é saudade morta.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sim, isso é uma carta. Ainda que virtual, mas é que nossa relação é toda assim não é? Um encontro, duas palavras e o resto os blogs e tumblrs que se entendam. Sabes, como poucos, que há coisas que nem as palavras conseguem descrever, e foi exatamente o que houve quando agora pouco, resolvi fazer o que de costume faço quando tô na internet, visitar teu tumblr... eis que me deparo com isto em : O Morro dos Ventos Uivantes..

*“A pena que virá pássaros” - transformação/renascimento*

Sabe moça, lendo-te vi o quanto és intensa, meu Deus, como és intensa!
Perdi-me em palavras, descrições, revelações, lembranças, duvidas, afirmações. Oh moça, como pode tu te tornares assim? Logo tu..
Mas saiba, ou lembre-se, todos os dias, que o que vale mesmo é o sorriso, aquele lindo e cativante que sempre tiveres. É como disse nosso sábio e querido Charlie Chaplin: “Cada dia sem sorriso é um dia desperdiçado”. Deves saber disso, e se realmente sabes, então deves seguir isso mais a risca do que as pessoas que não sabem, porque é como já diziam: “errados mesmo são aqueles que erram conscientes”. Então moça, não erre não, sorria mais, viva mais, acredite mais, seja mais, seja mais você! 

O Morro dos Ventos Uivantes dedica este post a dona do Blog Palavreando Palavras. 
*“A pena que virá pássaros” - transformação/renascimento*
Sabe moça, lendo-te vi o quanto és intensa, meu Deus, como és intensa!
Perdi-me em palavras, descrições, revelações, lembranças, duvidas, afirmações. Oh moça, como pode tu te tornares assim? Logo tu..
Mas saiba, ou lembre-se, todos os dias, que o que vale mesmo é o sorriso, aquele lindo e cativante que sempre tiveres. É como disse nosso sábio e querido Charlie Chaplin: “Cada dia sem sorriso é um dia desperdiçado”. Deves saber disso, e se realmente sabes, então deves seguir isso mais a risca do que as pessoas que não sabem, porque é como já diziam: “errados mesmo são aqueles que erram conscientes”. Então moça, não erre não, sorria mais, viva mais, acredite mais, seja mais, seja mais você! 
O Morro dos Ventos Uivantes dedica este post a dona do Blog Palavreando Palavras




E daí, o que eu faço com isso senão enxugar as lágrimas que teimaram em sair? Me fizeste tão bem com isso, aliás, desde que nos conhecemos (digo, verdadeiramente), só tens me feito bem. Tens sido a calmaria quando a tempestade vem me visitar, tens sido o calor quando o frio vem atormentar... Foste a força e a paz que me tiraram do marasmo. E mesmo que eu te dissesse mil vezes obrigada, não compensaria tudo isso, teu apoio e paciência, e a boa vontade que tens, como poucos, de me pôr pra cima. És única Mari, és a última fatia do bolo de chocolate, que eu costumo guardar pra aproveitar depois, que me relaxa qualquer hora (desculpa a comparação, mas é que tens uma doçura tão incomum e que eu gosto tanto... )! 
Não sei se já ouviste falar de uma música, mas eu canto pra ti agora... "Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem... que eu também quero fazer isso por ela..." 
E que esse carinho continue sendo recíproco, porque amizade que cresce como a nossa, não tem hora pra acabar! 

À dona do tumblr O Morro dos Ventos Uivantes *-*

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

É que de vez em quando eu te encontro…numa esquina, no andar de baixo,no meio da escada, e quem sabe numa dessas horas nós não fiquemos presos no elevador desse meu coração matreiro, e enfim eu tenha tempo de gastar você inteiro, até não querer mais, se é que isso é possível. Mas eu só te encontro aqui, nessas mesmas esquinas…nas mesmas lajotas doloridas que revestem as paredes de dentro de mim… 
Perdi a noção da hora, do dia, do lugar…Perdi todos os possíveis sentidos que ainda houvessem em mim…Perdi a força, o ar, a coragem…Perdi meu dicionário mental que consultava a cada cinco minutos pra falar com você…Perdi meu olhar…Perdi a certeza que até ali eu tinha de mim…
E tudo isso se deu, quando você e disse o primeiro “Eu te amo”…o meu tão esperado eu te amo,aquele que passei noites acordada imaginando como seria e como eu me sentiria… E você o disse, da pior forma que poderia…depois da minha cena, do meu ciúme transparente e acusativo, depois de dizê-lo a outra, depois de negar o meu amor.
E então, como já dizia Clarice Lispector:
“E eu que esperava fogos de arifício, percebi que as estrelas não fazem barulho!”

À luz de pedaços do seu mundo escuro…sou um bicho transparente!
Sabe o que é? Eu sempre achei que dor era aquele troço que o cara sentia quando batia o pé no futebol, ou torcia o tornozelo no balé…aquilo que a gente sente com 6 anos andando na beira da calçada e de repente se depara com o joelho ralado, sangrando…ou aquilo que dá na cabeça, no dia seguinte da bebedeira dos 16 anos, que todo mundo chama de ressaca. Tudo era tão fácil, existia o gelol, o mertiolate, o café quente e a pílula pra curar a enxaqueca…
Mas aí de repente, uma hora na vida você se depara com aquela coisa estranha, que acontece dentro de você e não tem controle…não tem remédio na farmácia que faça passar, não tem beijinho na ferida que a faça sarar…você nem ao menos sabe exatamente onde é a ferida, ela não tem um ponto certo, só está ali…e deixa transparecer os sintomas. É só. E basta. E dói. E te dilacera internamente…te torna mais objeto que ser humano, te torna um ser quebrável, tão frágil que ao menor esbarrar de alguém, desaba, e se vê em cada caco de você espalhado pelo chão…isso mesmo, aqueles cacos que catamos com a vassoura e levamos ao lixo…
E no fim das contas, eu viro isso…um pedaço de caco jogado no chão, sem vida, sem força, sem razão.
Você é a cerca do meu quital, a carne do meu hamburguer, o glacê da minha nêga-maluca, o outro par da minha meia, os dentes do meu sorriso, o oxigênio do ar que eu respiro, o sol da minha lua, o calor da minha chuva,o arroz do meu feijão,o leite do meu café, a calda do meu sorvete, a manteiga do meu pão, a certeza do meu medo, a essência da minha amizade, o sal do meu universo…
Você é tudo que não pode faltar na minha vida, está em tudo, e é a melhor parte de cada coisa…
Você é o meu prato do dia que, infelizmente, não é pra todo dia…


Prometa a si mesma, que você sorrirá. Todos os dias de manhã, assim que acordar. Isso mesmo, antes de fazer qualquer coisa que seja. Assim que o sol te der bom dia… você fará o dia realmente ser bom! Fará! Você vai brincar, correr pra atravessar a rua, abraçar as pessoas que ama, dizer a elas o quanto são importantes, vai pegar chuva sem medo de adoecer, vai andar olhando pro céu. Há quanto tempo você não olha pro céu?
Você vai tornar tudo mais simples, e rirá na cara dos seus problemas. Exatamente. É isso. Você vai tornar o riso uma lei. Criará o seu mundo. Um mundo só seu. E a lei primeira do estatuto será essa: Que não seja dia, o único dia em que não se sorriu!
E você será feliz. Independente de tudo, de todos. Prometa a si mesma que será assim daqui pra frente.
Mas, por favor, cumpra!

Não foi nada não. Eu só cansei. É, só isso, eu juro. Foi a minha paciência que pediu a conta pro garçom ao invés de mais uma dose. Ela se despediu de mim sem dizer se volta. Me desculpe, o que eu posso fazer? Não, não vou brigar comigo mesma. Já fiz isso por demais e não adiantou nada. E no que isso incomoda você? Se eu cansei, eu cansei. E pronto.
Todo mundo cansa, afinal, não é mesmo? Uma hora a gente cansa, mesmo que seja culpa da nossa paciência que toma vida própria e faz aquilo que não temos coragem de fazer.
Não sei, só não sinto mais vontade de acordar e pensar se você também acordou cedo ou se ainda está jogado na rede às 10 da manhã. Não me bate mais aquela sensação de “será que hoje ele responde o meu ‘bom dia’?” ou “com quem ele vai passar a tarde hoje? Será que foi saber do cursinho? Quem sabe ele também tenha pensado em mim antes de dormir, será?”, não, nada disso. Muito menos vontade de ligar. Nunca mais aquela interrogação, aquela briga entre o ligo e o não ligo. 
Sabe o que é? A gente cansou. O eu e o eu mesmo. Cansamos juntos disso tudo. Cansamos de sermos tão sozinhos. Cansamos de nos trairmos por sua culpa. Voltamos a nos amar,é isso aí, estamos namorando, mas é namoro sério, daqueles que usa aliança e tudo. O que é? Você nunca gostou dessas formalidades… Pelo menos agora nós temos muito a compartilhar. Somos iguais,inconstantes o bastante para nos entendermos. E o mais importante, que eu espero mesmo que você entenda: Nós nos amamos muito. Talvez mais do que fomos capazes de amar você. É que esse amor, é tão próprio, tão nosso, que não tem como comparar ao de outro. É, é isso que chamam de amor-próprio mesmo…porque é nosso demais, e se basta quando um outro não quer ser bastante pra você. Você não quis ser o meu bastante. Então, eu sinto muito, meu bem.
Não, não é um ‘adeus’, você sabe que não gosto de adeus…é muito radical. É quem sabe um ‘até logo’, e que esse logo seja do tamanho do amor do eu pro eu mesmo, que é grande, eu te garanto.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Quando escrevia, ela chorava em palavras. Descobria carícias em meio às preposições e entrelinhas, um aconchego tão próprio que jamais encontrara longe do papel. Por isso era comum vê-la num canto, sozinha, desaguando, e quem olhasse bem perto e profundamente em seus olhos, veria os pedaços de cada palavra, verso ou frase, escorrendo pelo canto do olho, procurando o caminho mais próximo pra criarem um corpo só, único, aquele que depois ficaria jogado pelo caminho no qual ela andava... palavras, como lágrimas, escapoliam dela involuntariamente, e se perdiam pelo mundo, secavam, ou tornavam-se a matéria-prima de toda arte que nenhuma vez sequer, levou seu nome no final.

11:11

Nunca vi a distância com bons olhos. Não compreendia a capacidade das pessoas de simplesmente se esvairem feito uma fogueira que se apaga no meio da madrugada. Não sei onde arranjar forças pra dizer "adeus" a quem marcou a ferro e fogo a nossa vida. E mais uma vez, me remeto ao Caio, quando diz que pior que a dor da perda pela morte, é a dor da perda em vida. Como uma chama acesa, que repentinamente é apagada por um sopro humano qualquer. É quando percebo quão frágil é o fogo,e quão fortes somos nós, capazes de apagá-lo com a mínima força. Das despedidas, sempre fica a pergunta: o que é pior, poder dizer adeus a quem se ama, ou viver com a dúvida de como seria se houvesse despedido?
Dou valor às despedidas. Ao último beijo, último abraço,aos minutos imensos do último olhar, à última carta, às palavras finais que, por incrível que pareça, são as melhores, ainda que mais doloridas, mas são as mais verdadeiras. Até as lágrimas eu valorizo sim. Só me irrita essa mania que a gente tem de deixar tudo de mais bonito e profundo pras horas finais, de adiar os sentimentos. Por que diabos não dizer o que se sente na hora em que teu coração pede? Quem foi que disse que na eterna guerra entre cérebro e coração, o primeiro é quem deve ganhar? Sou adepta dos gritos de "eu te amo" quando a euforia pede, sou fã das ligações na madrugada pra dizer "sonhei com você", e sou defensora eterna dos sussurros ao pé do ouvido no meio de um abraço de urso, quando se diz "que saudade".
Que o diga minha deusa Tati Bernardi´sejamos diretos pra não sermos idiotas! O que tiver que ser dito, que seja dito!
A partir de hoje é extremamente proibido deixar essas lacunas nos sentimentos. Não é mais permitido adiar as coisas bonitas pra última hora, por um simples motivo: não sabemos quando essa última hora será, e a sensação de "não vai, espera um pouco mais, tenho tanto a te dizer" não vai mudar o status da partida. Dizer o quanto amamos alguém deve, a partir de hoje, ter a mesma importância que dizer adeus. Que sejam ditas todas as palavras, principalmente aquelas que sentimos.

Talvez...

                                                                                              Ao Pierrot que eu conheci, J.V.

Nessas últimas semanas, apesar dos pesares, arranjei uma nova amiga. Ela me dá conselhos que ninguém acredita, mas é que sabe tão bem das coisas que me convence a acreditar que está certa. O nome dela é Esperança, conhece? É, bem que eu imaginei, ela já foi sua amiga, mas você a trocou por aquele outro né? O tal do Ceticismo. Bom, o que importa é que gosto muito dela, da companhia suave, desse ar de positividade e da força que ela tem pra me levantar do chão com uma mão só. Ela costuma dizer que desistir não é pra mim não, e me faz conferir a cada 5 minutos o celular, quem sabe você não esqueceu alguma coisa em mim e precisa mandar uma mensagem pra buscar... Ou talvez tenha lembrado que hoje faz 3 meses que nos conhecemos. Não sei, mas sempre olho, por que ela manda.
 Às vezes também ela diz que a qualquer hora você pode entrar por aquela porta com os braços abertos e olhos pedindo meu arrego, implorando calados que eu te faça aquilo que sei fazer de melhor – sorrir. Talvez ela nem te conheça tanto quanto eu, talvez ela não saiba que você é uma moça colecionadora de feridas. Mas ela tem em mente que de alguma forma, somos feitos um para o outro, porém, objetos de uma brincadeira do acaso, andamos temporariamente um pouco perdidos.
 Daí que uma noite dessas, em meio as nossas trocas de hipóteses sobre seus verdadeiros desejos, a Esperança contou que o nosso amor é carnaval, e sendo tal, sobrevive de períodos, espaçados pelas suas dúvidas traidoras, que te fazem cair nos braços de um Arlequim sem graça, que nada entende de sentimentos. Ó minha Colombina, por que ironia foste criada? Por que nasceste em estações? Podias ser como eu, o Pierrot apaixonado que vive em eterno outono, refazendo-se. Sei que não acreditas em nada disso, teu amigo não permite. Mas a Esperança está aqui, acreditando que podes voltar, repetindo em meu ouvido cada vez que penso em desistir: Enquanto houver 1% de chance, terás 99% de fé. E que assim seja.