domingo, 4 de dezembro de 2011

11:11

Nunca vi a distância com bons olhos. Não compreendia a capacidade das pessoas de simplesmente se esvairem feito uma fogueira que se apaga no meio da madrugada. Não sei onde arranjar forças pra dizer "adeus" a quem marcou a ferro e fogo a nossa vida. E mais uma vez, me remeto ao Caio, quando diz que pior que a dor da perda pela morte, é a dor da perda em vida. Como uma chama acesa, que repentinamente é apagada por um sopro humano qualquer. É quando percebo quão frágil é o fogo,e quão fortes somos nós, capazes de apagá-lo com a mínima força. Das despedidas, sempre fica a pergunta: o que é pior, poder dizer adeus a quem se ama, ou viver com a dúvida de como seria se houvesse despedido?
Dou valor às despedidas. Ao último beijo, último abraço,aos minutos imensos do último olhar, à última carta, às palavras finais que, por incrível que pareça, são as melhores, ainda que mais doloridas, mas são as mais verdadeiras. Até as lágrimas eu valorizo sim. Só me irrita essa mania que a gente tem de deixar tudo de mais bonito e profundo pras horas finais, de adiar os sentimentos. Por que diabos não dizer o que se sente na hora em que teu coração pede? Quem foi que disse que na eterna guerra entre cérebro e coração, o primeiro é quem deve ganhar? Sou adepta dos gritos de "eu te amo" quando a euforia pede, sou fã das ligações na madrugada pra dizer "sonhei com você", e sou defensora eterna dos sussurros ao pé do ouvido no meio de um abraço de urso, quando se diz "que saudade".
Que o diga minha deusa Tati Bernardi´sejamos diretos pra não sermos idiotas! O que tiver que ser dito, que seja dito!
A partir de hoje é extremamente proibido deixar essas lacunas nos sentimentos. Não é mais permitido adiar as coisas bonitas pra última hora, por um simples motivo: não sabemos quando essa última hora será, e a sensação de "não vai, espera um pouco mais, tenho tanto a te dizer" não vai mudar o status da partida. Dizer o quanto amamos alguém deve, a partir de hoje, ter a mesma importância que dizer adeus. Que sejam ditas todas as palavras, principalmente aquelas que sentimos.

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