"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida." (Clarice Lispector)
domingo, 4 de dezembro de 2011
Quando escrevia, ela chorava em palavras. Descobria carícias em meio às preposições e entrelinhas, um aconchego tão próprio que jamais encontrara longe do papel. Por isso era comum vê-la num canto, sozinha, desaguando, e quem olhasse bem perto e profundamente em seus olhos, veria os pedaços de cada palavra, verso ou frase, escorrendo pelo canto do olho, procurando o caminho mais próximo pra criarem um corpo só, único, aquele que depois ficaria jogado pelo caminho no qual ela andava... palavras, como lágrimas, escapoliam dela involuntariamente, e se perdiam pelo mundo, secavam, ou tornavam-se a matéria-prima de toda arte que nenhuma vez sequer, levou seu nome no final.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Tu escreves tão bem que é como se de longe eu te observasse e apenas notasse pontos que me falas.
ResponderExcluir