domingo, 4 de dezembro de 2011

Quando escrevia, ela chorava em palavras. Descobria carícias em meio às preposições e entrelinhas, um aconchego tão próprio que jamais encontrara longe do papel. Por isso era comum vê-la num canto, sozinha, desaguando, e quem olhasse bem perto e profundamente em seus olhos, veria os pedaços de cada palavra, verso ou frase, escorrendo pelo canto do olho, procurando o caminho mais próximo pra criarem um corpo só, único, aquele que depois ficaria jogado pelo caminho no qual ela andava... palavras, como lágrimas, escapoliam dela involuntariamente, e se perdiam pelo mundo, secavam, ou tornavam-se a matéria-prima de toda arte que nenhuma vez sequer, levou seu nome no final.

Um comentário:

  1. Tu escreves tão bem que é como se de longe eu te observasse e apenas notasse pontos que me falas.

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