quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A lágrima é o símbolo mais puro de sentimento, porque está fora do nosso alcance. Não controlamos quando chega ou quando se vai, ela sempre sabe a hora certa de aparecer, e de algum modo sempre nos salva da dor de dizer certas palavras...
Somos jovens, sempre seremos. Mesmo com 70 anos...só será uma juventude diferente!

sábado, 16 de outubro de 2010

Éramos felizes... e sabíamos!

Lembro-me como se fosse ontem do primeiro dia de aula... a alegria do reencontro somada ao nervosismo de início de ano embalava um ambiente com a maior das expectativas- era nosso último ano!
Naquele primeiro momento não tínhamos muita coisa em mente, na verdade, à primeira vista parecia só mais um ano. No entanto, o passar dos meses foi trazendo à tona as incertezas, as inseguranças, e os desafios que teríamos de driblar ao longo dessa caminhada. E nosso maior conflito surgiu aos poucos, roubando nossas mentes aventureiras para conduzir-nos à difícil decisão: estudar ou aproveitar?
Quem quiser discordar, sinta-se à vontade, mas nós sabemos o que passamos em cada dia... o quanto foi difícil dispensar algumas festas, o quanto foi cansativo e doloroso estudar sabendo que muitos divertiam-se. Nossa convivência tornou-se tão frequente que por vezes deixamos a família de lado para estarmos juntos - tornamo-nos indispensáveis uns aos outros...
Todos os dias, compartilhamos segredos, conhecimentos, dúvidas, sorrisos, problemas, dores, alegrias...aprendemos a viver de outra forma, pois mesmo com o stress e o cansaço, soubemos tornar os dias mais leves. Aprendemos a acolher, a respeitar os sentimentos alheios, a rir mesmo não tendo graça(só pra não perder a amizade), a consolar, a compartilhar, a compreender nossas diferenças...aprendemos a aprender, e a conviver em grupo lutando pelo mesmo objetivo.
E quem não se lembra daqueles dias em que dizíamos "BASTA" a qualquer coisa que não fosse nossa cama? Embora no dia seguinte, fim de semana ou não, metêssemos a cara nos livros para compensar a véspera...
Mas, como tudo na vida decididamente tem que acabar, nosso dia foi chegando, e subitamente percebemos o quanto o tempo tornara-se supérfluo, e como nos perdemos em seus labirintos. E quando finalmente recebemos o último boletim, só o que dizíamos era "Nossa, acabou! Como assim? Foi tão rápido...", e no fundo, não sabíamos se o certo era comemorar...
E agora estamos na reta final, alguns degraus a mais e pronto. Sabíamos que este dia chegaria, e sabíamos que essa separação nos faria sorrir e chorar ao mesmo tempo, mas agora, depois de tudo que passamos juntos, sabemos o quanto valeu a pena, e como a "dor" que sentiremos na despedida, será uma "dor de alegria", pois se quisermos, controlaremos o tempo, e teremos a vida inteira para sermos amigos.
Obrigada a todos que viveram este ano comigo e tornaram meus dias mais significantes e inesquecíveis...ou que simplesmente me fizeram feliz!

Confirma!

Roubos, falcatruas, promessas não cumpridas, dinheiro sujo... São os termos mais ouvidos quando o assunto é política. Mas onde foram parar a honestidade e o compromisso com a população? Para muitas pessoas, eles nunca existiram, afinal todos já estão acostumados e destinados a acreditar que o país não tem jeito.
A verdade é: as "canalhices" dos políticos começaram há tanto tempo, a ponto de se dizer que político e "cara de pau" são sinônimos. E com eleitores totalmente desesperançosos, é pouco provável a escolha de candidatos capazes de mudar a situação do Brasil ou de qualquer país ou região.
Hoje, pode-se afirmar que as eleições tornaram-se um fardo para muita gente, pois o próprio horário eleitoral é motivo de risadas e deboche ou mesmo é um momento no qual muitas televisões são desligadas. As causas? Bem, o primeiro motivo está ligado à própria falta de informação, à alienação a qual muitos estão submetidos. E o outro com certeza são os partidos, que unem-se em imensos "bolos de acordos" com objetivo de dominar facilmente as massas.
É impossível estabelecer uma relação de confiança entre eleitores e candidatos se os votantes não tem oportunidade nem acesso à história de vida dos votados e assim ficam limitados aos discursos, obras e promessas do período de eleições. Da mesma forma, cada político(candidato ou não) torna-se manipulado por seu partido, perde sua identidade obedecendo às normas de coligações interessadas apenas na obtenção de votos, e acabam muitas vezes se contradizendo quanto a seus desejos e àquilo que é obrigado a fazer.
Nesse sentido, é errado apontar alguém como culpado, já que a política em si, caiu em um círculo vicioso- promessas, votos, reclamações -no qual tanto população como candidatos e partidos estão incluídos. Assim, é necessário também maior conscientização por parte dos eleitores quanto às reivindicações do que lhes é de direito, e um esforço maior dos políticos em relação ao que realmente planejam melhoram na sociedade e não em busca apenas de interesses próprios.
Só com a ação de todos, conseguiremos voltar a falar de política com prazer, e construiremos um Brasil onde eleição não é brincar de combinar os números e apertar no botão verde.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Só enquanto se dorme

Um dia eu sonhei ser um pássaro, para naquelas tardes sombrias sair voando bem alto, explorando os mais profundos segredos do vento, fazendo do céu o meu chão, e das nuvens, o travesseiro onde eu seco o sal das minhas lágrimas.
Um dia, sonhei mudar a realidade triste do mundo, sonhei que a justiça virava lei, e a paz tornava-se herança genética. Sonhei que a miséria era apenas mais um daqueles argumentos pré-históricos de explicar os "maus tempos" de hoje. E sonhei que não havia "maus tempos" nem para serem explicados.
Um dia, no meu sonho, todas as perguntas tinham resposta, a filosofia não era mais exclusiva dos grandes gênios, o ser humano só guardava boas lembranças, e nos dicionários não existia a palavra violência.
Sonhei que as amizades duravam para sempre e que a saudade não doía tanto. Também sonhei que todos os dias eram "dia das crianças", e que para ser criança bastava ser gente e saber olhar pro céu e sorrir, simplesmente porque o Sol está sorrindo pra você também.
E eu sonhei, que todas as pessoas eram felizes...mas foram só sonhos. E quando eu acordei, quis lembrar onde começou isso tudo, e adivinha...nada! Talvez isso seja o mais intrigante dos sonhos, nunca sabemos o começo, e geralmente não conseguimos chegar a um final.
Nosso inconsciente só é habilitado para o meio, o durante, o essencial. O resto fica como resto, como as palavras que deixamos soltas por aí, como a vida e o tempo que escapam de nossas mãos...sem um começo, sem um fim. É só fechar os olhos e eles virão, mesmo que para nunca acabar...

Coisa de coração bobo

Há coisas na vida que simplesmente acontecem. Acordamos um belo dia, e pronto! Somos acertados pela flecha de um cupido travesso... ou não. Às vezes só olhamos pro lado e percebemos que "aquela pessoa" estava sempre ali. Pois é, e o que fazer agora? Como impedir que nossa mente fuja a todo tempo em busca do que não é dela? Como controlar o barulho irritante que seu coração faz enquanto freneticamente acelera na presença de alguém que "nunca é a pessoa certa".
Pois bem, e quem é que define certo e errado quando se trata de sentimentos? Afinal de contas, amor, amizade, opção sexual e essas coisas, não são nada que se escolha. Literalmente não é "opção", é condição.
Eu, pelo menos, nunca vi alguém decidir um dia por quem se apaixonar- e se já houve, com certeza não deu certo.
A verdade, ou melhor, a minha verdade,é que certas coisas acontecem e depois o estrago já foi feito. Não sei nem pra quê eu escrevi isso se realmente não acredito que alguém vá me responder, ou que alguém saberá o que eu devo fazer se estiver apaixonada.
Deve ser mesmo como um professor muito querido me disse uma vez :"Segura na mão e Deus e vai..." É, vai ver é assim mesmo.
Enfim, boa sorte pra mim, e para todos os apaixonados e apaixonantes deste mundo. E se o cupido estiver de bom humor, que me procure... pois eu tenho um alvo certo pra ele!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Analogia

Hoje percebi que procuramos muito sentido nas coisas.Não que eu ache que a vida e seus acontecimentos estão livres da razão, mas agimos como se fôssemos aversos àquele a quem chamamos de destino.
Me arrisco até a dizer que, é típico do "humano" contestar o que não acha correto. Bom, não somos acomodados, isto é fato! Mas não me pergunte se é vantagem ou desvantagem, pois não estou na posição de responder.
Só não entendo porquê não conseguimos aceitar certos "imprevistos" que rondam nossas vidas, como peças essenciais de um quebra-cabeças, ou mesmo como um personagem de uma novela, que no início parece insignificante, porém com o tempo torna-se tão necessário e agradável quanto o protagonista.
Não! Nós temos prazer em ser "do-contra", parece que nos preparamos bom tempo antes, e quando chega o momento, viramos todos crianças birrentas que não tiveram sua vontade satisfeita. Revoltamo-nos, colocamos a culpa em qualquer um, sem piedade, só para não admitirmos que não há culpado, e que em algum momento será nossa vez. Afinla, metade de nós é vida... e a outra metade também. Pena que ainda não entendemos isso!

Lembranças...

No teu sonho, eu me exponho
Sobreponho,
Desapego, Desajeito...
Mas depois eu me nego
E rabisco, e protesto
E me esqueço,
Não retorno,
Desapareço, Entristeço,
E então te deixo,
Com essa inútil saudade,
Essa lágrima seca,
E a humilde faceta, de quem um dia foi feliz!

domingo, 1 de agosto de 2010

Do tempo e suas voltas

Dia desses ao acordar, sentei-me na beira da cama e pus-me a escrever o que me vinha à cabeça, como de costume, simplesmente deixando-me levar por uma onda de sensações inexplicáveis.
Foi quando ouvi passos se aproximando. Distraída, levantei os olhos do papel e dei de cara com um senhor destinto, postura ereta, expressão um tanto enigmática, e uma maleta de pano na mão. Cada vez mais próximo, seus passos adquiriram um som peculiar, meio estalado, mas em um ritmo constante. Algo como o "tic-tac" de um relógio. Não sabia o que pensar, sequer o que fazer.
De repente, compreendi o que se passava ali. Aquele era o Tempo, e olhando a minha volta, notei que ele estava passando para arrancar e levar consigo as lembranças que eu havia deixado escapar. Uma a uma, ele as analisava, sorria às vezes, e seus olhos mudavam de cor de acordo com a natureza da lembrança- iam de um verde bem claro a um negro como jamais havia visto.
Em momento algum dirigiu-se amim. E, saindo de meu deslumbramento, só reagi quando ele já estava de saída.
- Senhor Tempo!- gritei.
Mas ele não virou-se, nem deu sinais de ter me ouvido. " O tempo não olha pra trás", pensei. Só aí prestei atenção, o tempo passou por mim e levou lembranças que eu não soube guardar. Já não sabia mais nem do que se tratavam, minha memória já não alcançava suas essências.
Tive vontade de dizer muitas coisas ao Tempo, mas o que eu lhe diria que ele já não soubesse? Talvez fosse melhor ter perguntado sobre o amor, o trabalho, mas já era tarde- o tempo já se fora e eu não soube aproveitar. Quem sabe da próxima vez...

sábado, 31 de julho de 2010

Sobre essa tal de saudade...

                                                                                               
Sempre fui daquelas mais apegadas. O tipo que não pode passar muito tempo com alguém que já começa a abraçar e conversar como se conhecesse há décadas. Com objetos então, tenho a terrível mania de querer guardar tudo- cartas, fotos, momentos- tudo para um dia poder lembrar. E foi justo por essa mania que eu conheci Ela. Não foi proposital, eu sei, mas por acaso também não foi. Ela chegou de mansinho, como quem não quer nada, e aos poucos foi arrancando minhas lágrimas, remexendo sem permissão no meu arquivo de memórias, apertando meu coração com as mãos e deixando-me confusa, sem saber se aquilo era tristeza ou felicidade.
E então veio alguém e me disse "Ah, isso é saudade". Era Ela! A tal que me deixava naquele estado, como se nada mais houvesse no mundo enquanto eu sentia aquela dor. Foi difícil me convencer que não era tão ruim assim, bom, pelo menos era passageira- bastava lembrar do que eu estivesse fazendo ou do que ainda tinha pra fazer, que ela saía tão discreta quanto entrara.
No entanto, nossos encontros tornaram-se mais frequentes, cada vez por um motivo diferente. Quando eu conhecia alguém, lá aparecia ela um tempo depois pra me perseguir. Se eu parasse pra pensar alguns momentos, ela vinha me dar um "oi" como se fôssemos grandes amigas.
O tempo me ensinou a lidar com ela, perceber como eu podia controlá-la( apesar de nem sempre dar certo), e simplesmente esquecê-la às vezes, afinal só se pode compreender a vida olhando-se para trás, mas é necessário olhar pra frente para vivê-la.
Minha mania eu não larguei, meus arquivos crescem cada vez mais, e de vez em quando minha "companheira" aparece- trazendo meu coração pra boca, colocando um nó na garganta, me levando da realidade para o mundo da nostalgia- alguns minutos só, pra lembrar das coisas boas da vida! É, a saudade dói, mas precisa ser sentida, afinal ela é a única forma de sabermos se o passado realmente valeu a pena.

Pra dizer um "oi"

E aqui estou eu...sabe-se lá porquê! Acho que desde sempre gostei de escrever, no começo era só mania, mais uma daquelas coisas que se faz quando não se tem nada pra fazer. Mas com o tempo a gente pega o gosto. É como uma droga, literalmente- vicia, aliás vira paixão. Se gostar de ler então...não tem jeito.
E agora, vou compartilhar meus textos com vocês. Certo, nem sempre serão textos, normalmente serão minhas tentativas de pôr no papel o que se passava no meu coração, ou quem sabe possa ser também só algumas palavras soltas sem significado algum. O importante é, como o nome do blog diz... palavrear, algo que eu vou aprender a fazer com vocês. Portanto, mãos à obra...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Deles, a síntese.

Poetas e escritores são criaturas estranhas, incapazes de serem realmente reconhecidas ou compreendidas. Vivem num mundo próprio, onde a fantasia não possui limites, e a alegria e a dor são visitantes frequentes. São únicos e inconfundíveis, infindáveis em suas reflexões e decisivamente indecisos- seja com palavras, com sílabas, metáforas, ou com a métrica inútil de uma rima.
Mas no fim, dispensando mais explicações, são humanos. Meros e humildes mortais, destinados a esse futuro insano num mundo cruel...sua única peculiaridade, é a capacidade que possuem de transformar essa realidade em algo indiscutivelmente mais nobre- a palavra.