segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Das canções da brisa na tempestade...


Foi um sopro de vento. Você me chegou como um sopro de vento, daqueles que tiram uma mecha de cabelo do lugar, que roubam uma folha de uma árvore qualquer fazendo-a cair sem graça no chão, que passam livremente pela fresta da janela, ainda que esta esteja fechada. Um sopro de vento que sequestrou minha atenção e me fez ver música até nos lugares mais loucos. Você foi música para mim, essa é a verdade. No início, uma canção bem fácil de aprender, poucas notas, singela o suficiente pra me prender. Um assobio. Até que, aos poucos, o assobio tornou-se canto, em seguida uma cifra completa, complexa. E eu precisava ouví-la cada vez mais, precisava tocá-la.

De alguma forma, aquele vento fez-se mais forte e mais presente. E fez de mim uma chuva fina, que somada ao vento frio, afinou a nossa sintonia. Você soprava e eu chovia, desaguando nas notas dos nossos dias, fizemos do amor uma orquestra.
Você me mostrou que quatro cordas são capazes de tocar a harmonia da vida de uma vez só; me ensinou que tempo bom nem sempre é sol a pino, mas que a chuva também traz uma paz incomum; você me mostrou o quanto um baixo e uma flauta não precisam de nenhuma cifra especial pra completarem uma canção; me ensinou que mesmo eu sendo bemol e você sustenido, uma chuva não acontece se o vento não aparecer... É simples assim.. eu aprendi, que não existo sem você.

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